Como é que calcula as existências no seu balanço?
O balanço mostra a situação financeira e patrimonial de uma empresa num determinado momento. Este documento enumera o passivo e o ativo de uma organização. É essencial para fins fiscais mas também para recolher informações valiosas para a gestão do negócio.
As existências são uma componente importante de um balanço contabilístico. Eis como calculá-los e contabilizá-los.
Balanço e existências contabilísticas: regras gerais de avaliação
O stock de bens é um ativo ou um passivo? Esta é uma pergunta frequentemente colocada. Todos os stocks de uma empresa são ativos: compras de bens, matérias-primas, trabalhos em curso e stocks de bens acabados. Estes são bens que se destinam a ser vendidos ou utilizados no processo de produção.
Os inventários são uma mais-valia no balanço, são importantes e devem ser acompanhados de perto. Demasiado stock pode levar a problemas de fluxo de caixa, despesas adicionais (por exemplo, armazenamento, seguro) e perdas se os artigos se tornarem obsoletos. Muito pouco stock pode levar à perda de vendas e clientes.
A fim de elaborar um balanço, os stocks devem primeiro ser avaliados. Para tal, as avaliações devem ser efetuadas:
- quer pelo seu custo de aquisição, particularmente de bens e matérias-primas;
- ou pelo seu custo de produção, para produtos acabados e semi-acabados.
Pode investigar mais a fundo estes métodos de avaliação lendo um PDF do documento de contabilidade do inventário.
Custo de aquisição
Este é o custo total de aquisição dos bens ou mercadorias adquiridos, desde o momento da compra até ao momento em que são colocados em inventário. O custo de aquisição é composto pelo preço de compra excluindo impostos e despesas diversas.
Como é calculado o custo de aquisição?
O custo de aquisição é obtido adicionando o preço de compra dos bens com os seus custos acessórios. Aqui está a fórmula a ser aplicada:
Custo de aquisição = preço de aquisição + custos incidentais
O preço de compra
Este é o montante excluindo impostos das mercadorias, ao qual podem ser aplicados quaisquer descontos devidos, por exemplo, a descontos ou negociações com fornecedores. Note-se, portanto, que num balanço contabilístico existe uma grande diferença entre stocks e compras.
Custos de acessórios
Estes têm em conta os custos associados à aquisição de bens. Os custos acessórios incluem comissões, direitos aduaneiros, custos de transporte e custos de empréstimo. As despesas relacionadas com fornecedores de sourcing e com a receção de encomendas, no entanto, não estão incluídas nesta rubrica orçamental.
Custo de produção
O custo de produção consiste em todas as despesas atribuídas à transformação dos materiais em produtos acabados.
Como é calculado o custo de produção?
É suficiente somar todas as despesas diretas e indiretas relacionadas com a produção com o custo de aquisição do stock de materiais consumidos.
Custo de produção = Custos de produção diretos + Custos de produção indiretos + Custo de aquisição
Custos diretos
Estes são custos diretamente relacionados com o processo de fabrico ou de produção. Os custos diretos incluem:
- salários;
- custos de segurança social para os empregados;
- despesas relacionadas com a subcontratação.
Custos indiretos
Como o seu nome indica, não estão diretamente ligados à produção. São despesas necessárias para o funcionamento do negócio. Incluem o consumo de energia, custos de armazenamento, etc.
Custo de aquisição de material
Este é o custo de aquisição de matérias-primas ou materiais intermédios, que é calculado da mesma forma que o "custo de aquisição".
Inventários no final do ano
No final de cada exercício financeiro, a empresa deve preparar as contas anuais. Para além da elaboração do balanço, a empresa deve também controlar a variação das existências para a conta de ganhos e perdas.
Uma vez que o valor dos bens pode variar por várias razões ao longo do ano, existem métodos reconhecidos para a sua valorização. Estas são as técnicas FIFO e de custo médio ponderado.
O método FIFO: primeiro a entrar, primeiro a sair
O método FIFO consiste em avaliar os stocks no pressuposto de que o primeiro a entrar é o primeiro a sair. Assim, o seu preço será considerado com referência ao valor dos primeiros bens introduzidos em stock.
O método do custo médio ponderado
O custo médio ponderado pode ser calculado de duas maneiras diferentes:
- Adaptado ao caso dos inventários permanentes, o primeiro consiste em avaliar os stocks em cada entrada. O valor do bem é determinado pela fórmula (valor do stock anterior + preço de compra dos bens entrados em stock) / quantidade total de stocks.
- O segundo método é adequado para inventários intermitentes. Este método consiste em obter a média entre os stocks iniciais e finais: (estoque final + estoque de abertura) / 2.
Depreciação de stocks
Os stocks podem por vezes perder valor devido a uma má gestão. Neste caso, o produto será revendido a um preço inferior ao inicialmente estimado. Isto é referido como uma depreciação dos stocks, que é contabilizada por :
- por débito da conta 68173 - "Provisões para depreciação de inventários e trabalhos em curso";
- por crédito da conta 39 - "Provisões para depreciação de inventários e trabalhos em curso".
Para o cancelamento de uma depreciação, a contabilidade é feita da seguinte forma
- conta de crédito 78173 - "Reversão de provisões para depreciação de existências e trabalhos em curso" ;
- conta de débito 39 - "Provisões para depreciação de inventários e trabalhos em curso".
Compreender as alterações de inventário: uma necessidade
Para controlar o impacto do inventário nos lucros ou prejuízos, é essencial compreender o conceito de variações. Isto fornece a informação necessária para qualquer actualização da taxa de margem. A análise do balanço e o aumento (ou diminuição) do inventário dependerão um do outro.
Conclusão
A gestão do inventário é um elemento chave do balanço. Os inventários são avaliados ao custo de aquisição (bens, matérias-primas, fornecimentos) e/ou custo de produção (bens acabados e trabalhos em curso). Existem também conceitos essenciais sobre contabilidade de inventário, tais como: avaliação no final do ano, depreciação e variação.